Granada foi o último reduto árabe da Península Ibérica, e é hoje a cidade dos muitos segredos mouriscos.
Para além do Alhambra, um complexo palaciano estrategicamente colocado no planalto que domina a cidade andaluza, Granada tem tanto para oferecer ao viajante que o tempo disponível parece não ser nunca suficiente.
Itinerários para Visitar Granada
Com apenas um dia em Granada, poderá cobrir as principais atracções do seguinte modo: de manhã, faça um passeio no centro histórico, visitando a catedral, a Alcaicería e a área de Puerta Real, onde pode fazer um almoço rápido. Depois, vá de minibus C32 até à Alhambra (é essecial reservar). Uma vez terminada a visita, apanhe de novo o minibus C32 até ao bairro de Albaicín e veja o pôr-do-sol no miradouro de San Nicolás.
Com dois dias, terá a possibilidade de fazer um itinerário mais descontraído. Passe o primeiro dia a explorar o centro histórico e os bairros de Albaicín e Sacromonte, e dedique o segundo dia a visitar os palácios de Alhambra e os jardins Generalife.
O Que Ver

Catedral de Granada
O centro histórico de Granada localiza-se na interseção da Gran Via de Colon e a Calle Reyes Catolicos, e é composto por ruelas empedradas com muitas lojas, bares e restaurantes. É impossível não reparar na Catedral de Granada, um espectacular edifício do século XVI e a segunda maior catedral de Espanha, apreciada pelo seu luminoso interior renascentista. A catedral foi construída após a Reconquista de Granada no local da antiga mesquita.
A sul da Catedral, um conjunto de sinuosas ruelas forma a Alcaiceria, o mercado de seda à época da ocupação árabe. Após a Reconquista, o mercado original foi encerrado por Filipe II, e mais tarde, em 1850, um incêndio destruiu o que restava. O actual mercado foi reconstruído no final do século XIX, e hoje é um local turístico onde se vendem marroquinarias sob uma estrutura de arcos em estilo mourisco.
A zona em torno da Puerta Real constitui a principal área comercial da cidade. Nas ruas pedonais entre a Puerta Real e a Catedral encontram-se a maior parte das lojas de moda, incluindo as grandes cadeias como o El Corte Inglés.

Alcaiceria
O conjunto do Alhambra é incontornável numa visita a Granada. Não só domina a cidade como testemunha, como nenhum outro monumento em Espanha, a presença árabe na Península Ibérica. O conjunto de palácios e jardins é representativo da última fase da ocupação árabe.
Construído entre os séculos XIII e XIV, os fabulosos arabescos estão ligados, em particular, aos reinados de Yusuf I e Maomé V. Com o fim da ocupação árabe em 1492, os Reis Católicos ordenaram intensas reparações no complexo, utilizando em grande parte mão-de-obra de artesãos árabes.

Vista do Conjunto do Alhambra
O conjunto do Alhambra é constituído pela fortaleza (Alcazaba), pelo palácio real da família Nasrid (Palácios Nazaries), pelos exuberantes jardins mouriscos (Jardins do Generalife) e pela cidadela (Medina).
Embora posterior ao período de ocupação árabe, o Palácio de Carlos V, em estilo renascentista, também pertence ao complexo do Alhambra, albergando o Museu do Alhambra e o Museu das Belas Artes (ambos com entrada gratuita para cidadãos da UE, sendo que o Museu das Belas Artes cobra 1,5€ a cidadãos oriundos de países fora da UE).
Mas não só no interior do complexo se aprecia o conjunto do Alhambra. Situado numa colina do lado oposto, o Albaicín é o bairro árabe mais antigo de Granada e o mais popular entre os visitantes. No labirinto de ruelas, encontram-se belíssimos prédios antigos, geralmente caiados, vários restaurantes e lojas árabes, jardins, e vistas panorâmicas da cidade e do conjunto do Alhambra. O Albaicín, juntamente com o Alhambra e o Generalife, foram declarados Património Mundial pela UNESCO.
Os principais destaques do bairro de Albaicín são a Igreja de San José, uma das igrejas mais antigas de Granada, o mirador de San Nicolás, com vista para o Alhambra e a cidade, a mesquita de Granada, construída em 2003 e que estabelece a ponte entre a Granada muçulmana moderna e antiga, e a Plaza Larga, uma pequena praça, longe das zonas mais turísticas, frequentada por residentes, com pequenas lojas e restaurantes, e onde todos os sábados de manhã tem lugar o mercado local.
Aqui sobrevivem também os banhos árabes no Hammams de Al-Andalus, que oferece uma experiência mais interessante do que o spa caseiro, e mais tranquila do que o balneário marroquino.
Abaixo do Albaicín, encontra-se a Carrera del Darro, uma rua estreita e empedrada que percorre o rio Darro desde a Plaza Nueva até ao Paseo de los Tristes, uma praça com vários restaurantes e uma bela vista sobre o palácio do Alhambra. Pelo caminho, passam-se por diversos edifícios antigos restaurados, vestígios de casa árabes, pontes sobre o rio e restaurantes.

Carrera del Darro
A este do Albaicín fica o bairro do Sacromonte. É o bairro dos ciganos granadinos, que aqui se instalaram após a reconquista da cidade aos árabes em 1492. Sacromonte é popular pelas muitas casas trogloditas caiadas, que surgem entre arbustos e cactos. O bairro é ainda conhecido pelos espectáculos de flamenco e as vistas sobre o conjunto do Alhambra. Também aqui pode ser visitada a Abadia do Sacromonte no cimo da colina, um edifício que data do século XVII .
O Realejo era a judiaria no tempo da ocupação árabe, antes de os judeus serem expulsos pelos Reis Católicos. Hoje, o Realejo é um bairro residencial, onde predominam as famosas “cármenes” de Granada, casas com um espaço verde anexo (jardim ou horta), cercadas de muros altos e caiados.

Itinerário em Granada
Como Chegar
Granada fica a cerca de 700 km de Lisboa, e a pouco mais de 800 km do Porto. O carro é a opção mais interessante, já que permite visitar Granada, mas também a região da Andaluzia, com destaque para outros pontos de interesse como Sevilha, Córdoba e Málaga, que ficam em caminho.
A alternativa do avião é também possível. A TAP tem voos directos entre Lisboa e Sevilha ou Málaga. Com esta opção, é possível fazer uma excursão Sevilha-Granada ou Sevilha-Málaga-Granada (consulte uma agência de viagens), ou alugar um automóvel para visitar a região da Andaluzia.
Onde Ficar
A oferta de hotéis é vasta. Nos meses de verão, é aconselhável reservar o hotel com antecedência. Fora desta época, há menos procura e os preços do alojamento tendem a ser mais baratos.
É possível passar a noite no complexo do Alhambra, entre jardins e palácios, no Parador de Granada, um convento restaurado e convertido em hotel. Outras opções estão disponíveis nesta lista dos Melhores Hotéis de Granada.
Informações Úteis
Para preservação do complexo do Alhambra, a visita aos espaços é limitada. Nas épocas festivas e turísticas, as entradas esgotam, pelo que é aconselhável adquirir o bilhete previamente no site oficial do Alhambra de Granada.
Para mais informações e dicas sobre o que fazer na cidade e na região, consulte o site oficial do Turismo da Andaluzia.