Marraquexe é um destino único, que possui a capacidade de despertar sensações numa viagem que, por vezes, mais parece uma viagem no tempo.
Esta cidade marroquina é o destino perfeito para uma escapadinha, onde vai descobrir a uma realidade cultural distante mas aqui tão próxima.
Seleccionámos dez das principais atrações turísticas de Marraquexe e damos dicas sobre o que ver e fazer.
1. Jemaa El Fna
Localizada no coração da Medina, a praça central de Marraquexe é tão antiga como a própria cidade. Pensa-se que o seu nome significa “assembleia dos mortos” numa alusão às execuções públicas de criminosos que tinham lugar na praça durante o século XI.
Hoje, a vida moderna de Marraquexe continua a centrar-se em redor de Jemaa El Fna. Vale a pena atravessar a praça a diferentes horas do dia. A praça é ocupada desde cedo por bancas de vendedores de sumo de laranja, espremido na hora, e por aguadeiros de vestes e chapéus coloridos, que anunciam a sua chegada com o toque de sinos de cobre.
A estes juntam-se os treinadores de macacos, que ensinam os animais a dançar a troco de uma moeda, e os encantadores de serpentes, que tentam convencer os turistas a deixarem fotografar-se com o réptil ao ombro.
Ao final do dia, treinadores de macacos e encantadores de serpentes dão lugar a contadores de histórias, leitores de sina, ervanários, mágicos e bailarinos travestidos. Ao anoitecer, Jemaa El Fna atinge o pico de visitantes, que inundam as bancas de comida. Esta movimentação interminável pode ser observada de um dos terraços dos cafés da praça, sendo o Café de France um dos mais procurados por locais e turistas.
2. Mercado Nocturno

Mercado Noturno de Marraquexe
Com o pôr-do-sol, Jemaa El Fna é literalmente ocupada por cozinhas ao ar livre. Cada banca de comida tem a sua especialidade – espetadas grelhadas de cordeiro e galinha, sopa, peixe grelhado, feijão-frade e grão-de-bico.
A comida é confeccionada diante de todos e os ingredientes são frescos (chegam todas as noites), mas é aconselhável alguns cuidados de higiene, nomeadamente preferir comida servida em papel, evitando pratos e talheres que são lavados com água que não é engarrafada e nem sequer muito mudada.
A animação é constante ao longo da noite de Jemaa El Fna. Os contadores de histórias guardam o final da história para a noite seguinte, os mágicos exibem os seus truques e os dançarinos Chleuh fazem espectáculos da dança do ventre, uma prática antiga dos povos berberes em que os rapazes em roupas de mulheres assumem o papel que não seria apropriado para raparigas na cultura árabe.
As tatuadoras de hena são também uma presença constante na noite de Jemaa El Fna, tentando convencer os turistas a tatuar os seus exóticos desenhos. Esteja atento às tatuagens não solicitadas (e depois cobradas). Se não for a tempo de evitar que lhe façam uma tatuagem, recuse pagar, mas se a artista se revelar muito insistente mais vale pagar para se livrar da situação. Uma alternativa segura para quem de facto pretende uma tatuagem passa por fazê-la por intermédio do hotel ou riad onde estiver hospedado.
3. Souks

Souks de Marraquexe
Os souks, localizados na parte norte da Medina, foram e são ainda hoje uma componente muito importante de uma cidade que vive do comércio. Milhares de artesãos têm lojas e oficinas nos souks de Marraquexe. Passando a área inicial coberta, a poucos minutos da praça Jemaa El Fna, ninguém escapa a perder-se nos labirintos dos souks. Os habitantes locais são prestáveis e ajudam os turistas a orientar-se.
A Rue Semarine é a primeira rua após o arco a norte da praça Jemaa El Fna, onde os visitantes são recebidos por uma mistura de vestidos, túnicas, tapetes e antiguidades. No final da rua, chega-se ao coração dos souks. O souk El Kebir vende couros. O souk des Babouches vende, como indica o nome, os típicos “babouches” ou chinelos coloridos de couro. O souk des Tapis vende tapetes e o souk des Teinturiers é onde as lãs são tingidas. As oficinas dos ferreiros encontram-se no souk des Ferronniers e o souk El Khemis é uma espécie de feira da ladra onde se vendem peças de mobiliário raro.
4. Mesquita Koutobia

Mesquita Koutobia
Com 77 metros de altura, o minarete da mesquita Koutoubia é o símbolo mais visível de Marraquexe, de onde soam as cinco chamadas diárias para a oração. O edifício da mesquita, datado do século XII, é um dos mais antigos da cidade e foi fonte de inspiração de outros como a Giralda de Sevilha.
Como todos os edifícios religiosos em Marrocos, não é permitida a entrada a não muçulmanos. Contudo, a mesquita e o minarete podem ser apreciados do exterior, e os jardins da Koutoubia, a sul, formam um espaço aberto ao público.
5. Muralhas e Porta da Cidade

Muralhas da medina de Marraquexe
As muralhas da cidade de Marraquexe foram mandadas construir por volta de 1120 pelo sultão da Almorávida, Ali Ben Youssef, para proteger a cidade das ameaças dos Almóadas do Sul. As muralhas originais que se estendiam por cerca de 10 quilómetros permanecem hoje quase inalteradas.
6. Palácio el Badi

Vista do Palácio el Badi
Do magnífico Palácio el Badi restam hoje apenas ruínas. O palácio foi mandado construir pelo sultão Mansour que tomou o trono após vencer a Batalha de Alcácer Quibir, em 1578, contra os portugueses, liderados pelo rei D. Sebastão. A construção do palácio foi financiada pelos elevados resgates que os marroquinos exigiram pelos portugueses cativos, e levou um quarto de século a ficar concluída.
O edifício perdurou durante um século até ao declínio da dinastia saadiana. Doze anos foi o tempo que demorou a desmantelar o palácio, e a levar as suas riquezas para a nova capital em Meknés.
Hoje, é possível visitar as ruínas da casa do portão por onde se entra para o complexo. O pátio central possui cinco tanques e quatro jardins com laranjeiras. Uma passagem subterrânea conduz aos antigos estábulos e masmorras, embora as salas estejam apenas parcialmente iluminadas. Um museu anexo ao palácio alberga um púlpito (ou minbar) da mesquita da Koutoubia, datado do século XII.
7. Túmulos Sádidas
Os túmulos foram construídos nos séculos XVI e estiveram perdidos até serem redescobertos no início do século XX por um oficial francês através de fotografias aéreas.
O espaço inclui os túmulos de 66 membros da dinastia sádida distribuídos por três salas – a sala de oração, a sala das doze colunas, a mais famosa por aqui se encontrar o túmulo do sultão Ahmad El Mansour e da sua família e pela decoração dos estuques e mármores, e a sala principal. No exterior do edifício, o jardim possui ainda túmulos de guardas e servos.
8. Madraça Ben Youssef

Madraça Ben Youssef (interior)
Ao contrário dos outros edifícios religiosos, a madraça Ben Youssef pode ser visitada por não muçulmanos. Reconstruída no século XVI, trata-se da maior madraça de Marrocos. A escola esteve em funcionamento até aos anos 60 quando encerrou, reabrindo ao público como edifício histórico em 1982.
A entrada faz-se por um corredor longo que vai dar à sala das abluções, com um tanque de mármore com motivos florais. O pátio principal possui arcadas, uma piscina no centro e mosaicos e azulejos nas paredes com belíssimos padrões florais. É possível apreciar a decoração e as colunas de mármore da sala de orações, bem como as celas onde os estudantes do Corão dormiam até ao encerramento da madraça.
9. Le Jardin Majorelle

Detalhe do Jardin Majorelle
O Jardin Majorelle, o mais famoso jardim de Marraquexe, é legado do pintor francês Jacques Majorelle, que viveu na cidade, criou este espaço em redor do seu atelier e abriu-o ao público em 1947. Depois da sua morte, o espaço entrou em decadência até ser recuperado pelo estilista francês Yves Saint-Laurent, que o adquiriu em 1980.
O jardim ostenta uma belíssima “floresta” de bambus e um conjunto de cactos e plantas exóticas. No centro do jardim, encontra-se o antigo atelier do artista pintado no azul majorelle, um tom de azul-cobalto que o artista observou nas molduras das janelas das casas tradicionais marroquinas.
10. Hotel La Mamounia
Inaugurado em 1923, o La Mamounia em estilo art déco é um marco de Marraquexe onde se hospedam os ricos e famosos. Winston Chruchill foi talvez o seu hóspede mais conhecido.
O hotel ocupa o antigo palácio do príncipe marroquino, construído no século XIX. Os jardins são anteriores ao hotel e foram plantados para o príncipe. Os quartos renovados são hoje exactamente iguais aos quartos originais de 1923. Do hotel tem-se ainda vista para a montanha Atlas. Quem não for hóspede e quiser visitar o hotel, pode fazê-lo usando vestuário formal.
Consulte também o nosso guia turístico para Marraquexe e uma lista dos melhores riads e hotéis para ficar na cidade marroquina.